A cena parecia tirada de um filme... À primeira vista, tudo parecia uma simples festa de anos - no dia de anos dela. Ele, ela, os amigos dela, a família dele, a família dela, o ameno convívio, o jantar, os presentes (excepto o dele, que lhe seria "dado após o bolo"), o bolo, a câmara omnipresente, para mais tarde recordar, as velas, o champanhe preparado, o discurso dela, a música certa...E foi então que ele pediu para discursar: Foi breve nas palavras, e tirou do bolso um anel. Ela ficou nervosa, tal como metade da assistência, creio... Beijaram-se, ela disse sim, e começou a chorar.Não sei se ela chorou de alegria, se de nervosismo, se de comoção pelo que se tinha passado... Talvez as três coisas. (De facto, há que compreender que não é todos os dias que somos pedidos em casamento...)
Foi a primeira vez que assisti a uma cena semelhante.
Fiquei boquiaberto, tal como a maioria da assistência (à excepção do irmão do noivo, da mãe da noiva e de todos os que tinham "conspirado" para que se desse aquele desfecho...)
Passados dois dias ainda estava nervoso, ainda não me tinha refeito do susto!
Hoje, a algumas semanas de distância, há várias coisas que recordo dessa noite: a primeira foi o ar de felicidade dela, a segunda, o magnífico ambiente que se gerou (eu tentei "ajudar à festa" o melhor que pude), e a terceira... bem... a terceira, foi o olhar triste estampado no rosto do ex-namorado que (e isto é algo que eu já lhe disse a ela face a face) a adorava, tinha "uma paciência de santo" para com ela, e com quem ela acabou o namoro, invocando uma desculpa qualquer...
Confesso que, nem naquela noite nem agora, fiquei triste, não obstante o facto de em tempos, eu próprio me ter platonicamente apaixonado por ela.
Fiquei até aliviado, por ela estar feliz, podendo contar com as pessoas de quem gosta (e estou a falar dos amigos e da família).
Fiquei em pouco triste, isso sim, com a sensação de ficar apanhado no curso da Vida, como se de um rio, cuja água corre cada vez mais rápido, se tratasse: quando o teu curso termina, os teus colegas e amigos (da tua idade) começam a ser pedidos em casamento - e a casar -, e mais tarde a ter filhos, já dá para uma pessoa se sentir "entradote"... :P mas "é a Vida" :P
Hoje, posso dizer, com alguma segurança, que não estou apaixonado, nem sequer platonicamente, por ela...
No entanto, há algo que é, dessa paixão, uma consequência inexorável: o sentimento de "If you're happy, I'm happy" e essa é e continua a ser a minha melhor prova de Amizade (sinónimo de Amor em sentido lato) para com ela.
Princess Diane, If you're happy, I'm happy... Muitas felicidades :D
2004/10/21
2004/10/10
O palhaço
No outro dia, estava eu triste, saturado, stressado com uma situação daquelas que teoricamente não nos deviam stressar, porque a vida, ao que parece, é demasiado curta para isso - diz quem sabe -, e vi dois palhaços.
Não sei se eram ricos ou pobres, pareciam apenas um casal de palhaços, daqueles que têm um nariz vermelho, como um tomate, e as maçãs do rosto pintalgadas como se se tratassem de crianças travessas que tivessem assaltado a caixa de maquilhagem da mãe.
Disse-lhes: "Olá colegas!"
Ele estendeu-me uma mão e, no exacto momento em que eu estendi a minha, retirou-a e estendeu outra. Repetiu isso durante mais algumas vezes...
Ela, por seu turno, começou com vénias incessantes.
Arrancaram-me uma gargalhada...
Quando dei por mim, estava a virar-me para a parede e a cumprimentar o elevador. E ri-me, ri-me da forma mais inocente possível, como uma criança que vai ao circo pela primeira vez...
No caminho para casa, pensei em como seria bom ser palhaço.
Se calhar até já o sou... quando ponho um pouco de nonsense na vida real... Quando me ponho a brincar com os meus doentes... (crianças e adultos...) Tal valeu-me acusações, durante a fase de minha vida que durou seis meses e terminou (felizmente) em Junho, de incompetência profissional e de falta de maturidade.
Talvez tivessem razão. Ou talvez não...
Talvez tivessem razão a partir do momento em que, como ser humano que sou, estou e estarei sempre (espero) a evoluir... seja o que for que estiver a fazer (nem que seja a ver a Quinta das Celebridades, os meus cabelos, as minhas unhas, a minha barba estão a crescer...). Nesse aspecto, creio que nunca serei completamente maduro (acabado...) porque o dia em que o for, será o dia em que estagnarei.
Talvez tivessem razão a partir do momento em que eu, por vezes, sou obrigado a ver o mundo como se eu fosse uma criança. Mas não somos todos crianças, que um dia cresceram? Ou será que nos esquecemos disso? Além disso, é uma forma de defesa, viver um dia de cada vez... Ok, talvez eu não viva tanto um dia de cada vez... Por isso empreguei a expressão "por vezes"...
Talvez me fizesse falta ser um pouco mais "palhaço", profissionalmente e na vida real, porque como diz o povo, rir é o melhor remédio. Se não rirmos estupidamente das desgraças que passam por nós dia após dia, das sacanagens do vizinho do lado, que tenta passar por cima de nós o tempo todo, o que é que vamos fazer? Chorar?!
É por isso que eu queria, um dia, um minuto, um segundo... ser palhaço. E uma coisa é certa... Nunca mais vou chamar "palhaço" a ninguém, a não ser como elogio!
PS (12/10) - Exactamente no dia seguinte àquele em que eu escrevi este post, reencontrei os palhaços.
Desta vez, faziam uma "caravana" com os miudos atrás, e travaram (literalmente) para me cumprimentar. Fiquei a olhá-los com uma lágrima marota no olho direito, a desejar secretamente um dia ser livre como eles...
Obrigado Operação Nariz Vermelho!
Não sei se eram ricos ou pobres, pareciam apenas um casal de palhaços, daqueles que têm um nariz vermelho, como um tomate, e as maçãs do rosto pintalgadas como se se tratassem de crianças travessas que tivessem assaltado a caixa de maquilhagem da mãe.
Disse-lhes: "Olá colegas!"
Ele estendeu-me uma mão e, no exacto momento em que eu estendi a minha, retirou-a e estendeu outra. Repetiu isso durante mais algumas vezes...
Ela, por seu turno, começou com vénias incessantes.
Arrancaram-me uma gargalhada...
Quando dei por mim, estava a virar-me para a parede e a cumprimentar o elevador. E ri-me, ri-me da forma mais inocente possível, como uma criança que vai ao circo pela primeira vez...
No caminho para casa, pensei em como seria bom ser palhaço.
Se calhar até já o sou... quando ponho um pouco de nonsense na vida real... Quando me ponho a brincar com os meus doentes... (crianças e adultos...) Tal valeu-me acusações, durante a fase de minha vida que durou seis meses e terminou (felizmente) em Junho, de incompetência profissional e de falta de maturidade.
Talvez tivessem razão. Ou talvez não...
Talvez tivessem razão a partir do momento em que, como ser humano que sou, estou e estarei sempre (espero) a evoluir... seja o que for que estiver a fazer (nem que seja a ver a Quinta das Celebridades, os meus cabelos, as minhas unhas, a minha barba estão a crescer...). Nesse aspecto, creio que nunca serei completamente maduro (acabado...) porque o dia em que o for, será o dia em que estagnarei.
Talvez tivessem razão a partir do momento em que eu, por vezes, sou obrigado a ver o mundo como se eu fosse uma criança. Mas não somos todos crianças, que um dia cresceram? Ou será que nos esquecemos disso? Além disso, é uma forma de defesa, viver um dia de cada vez... Ok, talvez eu não viva tanto um dia de cada vez... Por isso empreguei a expressão "por vezes"...
Talvez me fizesse falta ser um pouco mais "palhaço", profissionalmente e na vida real, porque como diz o povo, rir é o melhor remédio. Se não rirmos estupidamente das desgraças que passam por nós dia após dia, das sacanagens do vizinho do lado, que tenta passar por cima de nós o tempo todo, o que é que vamos fazer? Chorar?!
É por isso que eu queria, um dia, um minuto, um segundo... ser palhaço. E uma coisa é certa... Nunca mais vou chamar "palhaço" a ninguém, a não ser como elogio!
PS (12/10) - Exactamente no dia seguinte àquele em que eu escrevi este post, reencontrei os palhaços.
Desta vez, faziam uma "caravana" com os miudos atrás, e travaram (literalmente) para me cumprimentar. Fiquei a olhá-los com uma lágrima marota no olho direito, a desejar secretamente um dia ser livre como eles...
Obrigado Operação Nariz Vermelho!
Subscrever:
Mensagens (Atom)