2007/11/12

A minha vizinhança

Hoje, porque um homem é ele próprio e a sua circunstância, decidi falar-vos da minha vizinhança.
A pedido de várias famílias, e a fim de aumentar a afluência do berlogue sem registar no gugle nem no yaú nem no altavespa nem em outras coisas do demo como essas (nem sequer o sopapo...), vou começar por vos falar de uma menina muito simpática: a minha vizinha de baixo, a Ritinha.



Esta foto foi tirada pelo o Adilson.
O Adilson é um brasileiro de Pernambuco que veio trabalhar para cá, para uma empresa de cobranças. Faz coisas chatas, como cobrar contas da electricidade, dos telefones, do jogo ilegal, e afins... A foto acima foi tirada por ele, no pleno exercício da sua profissão. Note-se o ar de afronta da moça, coitada, depois de o Adilson lhe ter dito - contou-me ele a mim... - que tinha uma conta de cem euros da EDP para pagar...



Aqui aos oito anos, na praia de Alfornelos. Reparem no cabelinho molhado que parece moreno... Mas não é, é loiro e está molhado.
Se quiserem fazer um close-up na zona nadegueira (eu não fiz, porque sou religioso e não faço essas coisas...), podem ver as impressões digitais do tio Orestes, que, por a menina se ter portado mal, lhe deu - dizem... - tau-tau. O que é curioso é que o tio, por qualquer pretexto, dava tau-tau na menina. Era muito violento, o tio Orestes.





Aos 35 anos, na louca adolescência, após ter pensado que as pastilhas Calgonit eram para mascar...



Mais recentemente, a limpar o pó lá por casa... Esta fotografia foi tirada pela mulher a dias, uma ucraniana chamada Antonyeta Tereshkova, que, ao que parece, se tornou grande amiga da Ritinha.




Mas, porém todavia contudo, a Ritinha nem sempre foi assim, saudável.
Temos aqui o seu retrato com um ano de idade.




Nasceu com uma grave enfermidade, que lhe valeu quase quatro anos em operações.
A doença em questão chama-se "Binite Alérgica".
O seu quadro clínico à nascença era de tal forma exuberante que lhe valeu o olhar de alegria do irmão mais velho, o Tony.


Desde o nascimento, aliás, que a tragédia afectou a família... Consta que o pai, Heraclito de Menezes, bateu com a cabeça. Em consequência, começou a comer espinafres que nem uma frieira, a fumar cachimbo, e desatou a chamar Olívia a um pau de vassoura que tinha lá por casa.



Tolhido pelo desgosto, começou a desprezar a mãe, exigindo o divórcio.
A mãe tinha uma esbelta figura, de tal forma que, na provecta idade de 65 anos, contra todas as expectativas, ganhou o primeiro concurso internacional de sósias da Meriline Morroue de Vale da Burra...



Para terminar, por hoje, deixem-me que apresente os habitantes do apartamento ao lado. São todos sobrinhos do sr. Padre Vasques, que é o padre lá da paróquia. Aliás, devo dizer que as parecenças físicas entre eles são evidentes.




Mas permitam-me que corrija... Eram sobrinhos, porque um dos do meio, o Hassan (em baixo, o segundo a contar da direita), resolveu apanhar o vício de ser bombista suicida, mesmo perante os protestos dos irmãos. Estou mesmo a ouvi-los dizer:
- "Hassan, filho, vai antes para canalizador, como o teu tio, que antes de ir para padre o negócio até lhe estava a correr bem..."

E pronto, por agora é tudo... (esta coisa do Hassan deixou-me demasiado sensibilizado para continuar...)

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