O meu telemóvel antigo, já com três anos de idade, decidiu tornar-se grevista... Por isso, comprei um telemóvel novo, daqueles em que a função menor de que dispõem é permitir fazer chamadas telefónicas... Fazem quase tudo menos tirar cafés... (Reparem que eu disse "quase"... O meu nível de exigência tecnológico não é muito grande neste momento...)
Mais por obrigação do que por gosto, vi-me na contingência de ter de actualizar manualmente a minha agenda telefónica para o novo telemóvel. Isso fez com que eu tivesse de passar a pente fino a agenda do seu antecessor e actualizar os contactos. Felizmente que a tecnologia evoluiu um pouco, e com a ajuda de um adaptador Bluetooth, consigo passar tudo pelo crivo do computador...
Ao "remexer" na agenda, em tantos nomes associados a pessoas, não consegui deixar de pensar... (ainda hoje, ouvi dizer que que quem pensa não casa... portanto estou feito... :P)
Da maior parte das poucas centenas de nomes que a compunham, uma grande porção correspondia a "amigos de circunstância": pessoas cujos caminhos, em certa altura da Vida, se cruzaram com os meus... A maior parte deles desapareceu sem deixar rasto... (Será que eu me esforcei para que elas não desaparecessem, ou será que os acontecimentos seguiram o seu rumo natural?)
Há um punhado deles que ainda persistem nas minhas relações... Alguns mais esporadicamente, outros menos, mas a maior parte ainda persiste...
Mas a duvida permanece: não seremos todos "amigos de circunstância"? Nem que a "circunstância" seja a vida, e a relação de amizade se finde em algum sítio possível da continuidade espaço-tempo (em último caso com a morte, ou talvez não...)? Por favor rebatam-me isto...
Outra coisa que me suscitou curiosidade foi constatar o quanto a minha vida mudou nos últimos 3 anos, e o quanto o que me parecia antes interminável, se revela agora tão volátil, tão efémero, tão passageiro...
Estou a falar em concreto de um curso superior, de toda uma vivência quase centrada (e ligada a) uma faculdade (porque o meu curso e as circunstâncias familiares assim o obrigaram...)
Estou a falar em concreto da minha vida afectiva, que deu uma volta de 360 graus (e esta foi mesmo de 360 graus... e não de 180... :P mas que talvez se tenha deslocado para cima na terceira dimensão... porque nunca se sai incólume de uma relação ou de algo parecido...)
Falo, igualmente, do Mundo em geral, de todas as alterações conjunturais na minha Vida...
Dei por mim a pensar que o tempo é como o vento, que passa por mim e segue o seu caminho, sabe-se lá para onde.
Dei por mim a pensar que não estou a conseguir construir moínhos de vento para o aproveitar (porque julgo que o vento me baterá sempre na cara) dificultando-me o caminho, e não consigo ter a veleidade de aproveitar a sua energia...
Dei por mim a pensar, a pensar, a pensar... (Não sei se vou casar, se não...) mas a verdade é que hoje estou muito reflexivo... e tudo por causa de um telemóvel... ou talvez não...
PS - Tenho escrito aqui muito pouco, mas o tempo e disponibilidade física e psicológica também não têm sido muitos... Todavia, tenho um post "prometido" sobre um certo assunto, que está a caminho... Keep waiting :)
2004/12/04
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