2005/04/06

"Marrating..."

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No ambiente sente-se um misto de adrenalina, suor e sono, de directas a estudar, de sonhos diluídos na imensidão teórica da matéria...


A tensão acumula-se. Dia após dia, mês após mês. Vive-se por objectivos, tal como os goleadores dos melhores clubes. No entanto, neste caso, as balizas são exames: dias marcados em que (passe a expressão) se vomita aquilo que se devorou de afogadilho nas últimas semanas.

Para, que, quais bulímicas descompensadas, as pessoas se vejam obrigadas a ter novo ataque de voracidade sobre os calhamaços para o próximo exame... para depois o ciclo se repetir, uma e outra vez, ano após ano, até que estejam completas as múltiplas disciplinas que compõem o curso.

Na época de exames, é assim a vida de um estudante de medicina. Não há tempo nem espaço para mais nada: come-se matéria, vive-se matéria, respira-se matéria, dorme-se matéria. Porque, segundo os novos e velhos modelos educativos, se reconhece que o curso de medicina deve ser centrado na auto-aprendizagem, leia-se, marranço puro e duro...

É claro que também afloram à pele outros sentimentos: a saudade dos companheiros que lutaram comigo durante seis longos anos (sem conotações políticas, por favor...), a alegria de encontrar alguns funcionários que me acompanharam na "empreitada", a sensação de encontrar alguns mestres que não me esqueceram e ainda me conhecem, o arrepio na espinha de passar por locais de certa forma marcantes na minha vivência académica, a estranheza de ver o local em evolução, pleno de caras de gente nova, que não conheço, e que não me reconhecem...

É com este espírito que volto, hoje, mais uma vez, à biblioteca da Cidade onde nasci para a medicina... que, por sua vez, fica sucessivamente dentro de duas outras Cidades... e faço aqui a devida homenagem aos Estudantes.

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